Houve em tempos idos
Um tempo
Em que a menina
Agora mulher
No seu castelo
De muralhas altas
Com jardins de rosas bravas
E campos verdes
Se encontrava presa...
Não... não era princesa
Era uma simples menina
Filha de um marceneiro
E de uma pobre camponesa
Que cultivava a terra
Lançando-lhe as sementes
Do milho
Do trigo
Da batata
Da cevada
Eram pesadas enxadas
Que na terra se enterravam
E a menina de corpo franzino
Com elas trabalhava
Esgotando até ao limite
Toda a força que lhe restava
À escola também foi
Mas na volta da chegada
Os recados a esperavam
E os livros
Para trás ficavam...
Houve em tempos idos
Um tempo
Que na memória guardou
E ninguém sabe o quanto
Esse tempo a marcou...
Medusa
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