Amanhã...
Quando o sol raiar
Já estarei longe
Talvez...
Quase a chegar
Levo uma mala cheia
De saudades...
... daquele lugar!
Mas...
Quando as saudades matar
Aqui hei-de voltar!!
Nesta noite de Verão
Quase morro... sufocada
As paredes ainda quentes
Culpa do sol que já se foi
A lua... veio sózinha
Não troxe a fresquidão...
O meu corpo transpira
Gotículas de água salgada
Que escorrem... lentamente
Sinto-me empapada
Estendo a minha mão
Alcanço o meu leque
Abano-me... consolada
Rendida á preguiça
No meio da noite
Nesta noite que promete
Ser longa de solidão
No entanto, ainda me resta...
... o calor... o suor... e... o meu leque...
O beijo
Que te dou
Não sendo de língua
É doce
É carinhoso
É fraterno
Talvez até guloso...
Não te deixo á míngua
Daqui voou
Ai já chegou
É para ti
O beijo
Que te dou
O que sou?
O que faço aqui?
Imóvel...
Abro o livro da vida
Numa página ao acaso
Releio o que n'ela escrevi...
Coisas simples
Como simples eu o sou!
Um relato de um sonho qualquer
Imaginado na altura
Até agora, ainda por realizar
Não faz mal...
Já não é importante!
Fecho o livro
Abro de novo... ao acaso...
Um dia triste
Não o quero recordar!
Volto a fechar... volto a abrir...
Uma página em branco
Não havia luz... estava escuro nesse dia!
Folheio... folheio...
A última página escrita
Foi ontem...
Fala de pequenos nadas
Os mesmos que me fazem sorrrir...
E com eles espero continuar
A sonhar... sorrir... sentir...
... e talvez até chorar...
O que fui...
O que sou...
O que quero ser...
Não importa muito
Estou aqui e quero viver!!!
Perdida em não sei que sonho...
Procuro uma razão
Caminho...
Vagueio por entre emaranhados de ideias
Há borboletas que esvoaçam
Por toda a parte...
A minha cabeça quase explode
Não sei que rumo tomar
Ideias confusas...
Flash de recordações
Á velocidade da luz
De repente
Páro!
Não encontro uma explicação
E as borboletas esvoaçam...
Em redor do meu corpo
Esvoaçam...
Fazem-me perder a noção
Continuo...
Perdida em não sei que sonho...
No corredor da vida
Os obstáculos sucedem-se!
Alguns contornam-se...
Outros, por serem pequenos... saltam-se!
Outros ignoram-se...
E há aqueles...
... os invisíveis...
... os que nos põem á prova!
Procuramos razões para os compreender...
Vacilamos...
É preciso optar!
Há dois caminhos a seguir
Desistir...
... ou transpôr a barreira e avançar em frente!!
Encontro-me parada... no meio da encruzilhada...
Esta noite
Alguém bateu na porta
Do meu pensamento
Pancadas leves
Inaudíveis
Mas sentidas de imediato
Fui abrir...
Eras tu!
Estavas lindo
Como sempre
O teu olhar meigo
A tua voz doce
O teu sorriso...
Conversámos um pouco
Em silêncio
Falámos de coisas passadas
Pouco importantes talvez
Mas vividas pelos dois
E que julgava esquecidas...
Lembravas-te daquela vez
Que quase perdemos a viagem
Graças á minha timidez...
Ralhaste comigo
Tinhas razão!
A tua voz ecoava nas ruas desertas
Ainda o sol nem tinha chegado!
Bem sei
Era uma coisa importante
Mas tu sabes
Como eu era... envergonhada...
Esta noite
Lembrei-me de ti!
Não sei
Se sonhei
Ou se encontrei
Mas
Aquele sítio
Onde entrei
Devia ser o paraíso
Não sei...
Havia um cavalo
Translúcido
Que possuía asas
E... voava...voava...
As feras mansas
Rebolavam-se
Nos prados verdes
Entrecortados
Pelos riachos
Onde nascia o arco-íris
E se estendia
Até ao cais das estrelas
Onde
Na ausência delas
Se passeavam as nuvens
Carregadas
De gotículas minúsculas
E transparentes
Que serviam de espelho
Aos viajantes
Do universo estelar
Não sei...
Só sei
Que me encantei
Ah! Já sei
Parece que sonhei!
Este blog é apenas uma cópia do seu original, que mora num outro espaço virtual sob o nome de ECOS. Senti necessidade de criar este clone, por lhe ter um carinho muito especial, pois foi com ele e por ele, que experimentei o gosto pela escrita... e por não o sentir seguro no servidor em que se encontra alojado. No fundo, apenas porque não o queria perder... Este blog não permite comentários... acaso me queiram dizer algo, podem fazê-lo por email medusalinda@gmail.com