Ele chega De mansinho Pé ante pé Sem fazer barulho Primeiro olha Em redor Devagarinho Procura algo Um gesto Uma frase Um murmuro Ou até Um silêncio Uma ausência Desesperado Cego de razão Fixa o alvo E aguarda... Quietinho O momento certo Qual fera Esfomeada Vigiando a presa De longe E paciente Espera... Mais cedo Ou Mais tarde O inevitável... Lançado é O arpão Do ciúme
Quando a esperança Caminha lado a lado De mão dada com a vontade A alegria e a confiança Regressam do passado Esquecendo a saudade Formando uma nova aliança
Toda a gente tem uma história de vida. Não há duas iguais, quando muito, podem ser parecidas! A minha, não é igual á de ninguém... é apenas a minha. Estaria a mentir, se dissesse que tive uma infancia triste, porque não foi! Claro que não tive bonecas, nem jogos lúdicos para brincar... Claro que não tive uma bicicleta para andar. Embora me tivesse sido prometida... Claro que não tive uma simples bola para jogar... Ao invés disso, davam-me quadrados de madeira e pregos pequenos, para que pudesse construir algo com que me entretesse. No verão era melhor. As minhas amigas que chegavam para passar os três meses das férias grandes, traziam brinquedos a sério! Também eu podia usufruir deles, naquele pedacinho a seguir ao almoço, ao que se chamava "hora da sesta". Quando brincavamos no quintal de uma delas, onde também havia um baloiço... a minha grande predilecção! Nunca me faltou carinho...Nunca me faltou amor... Nunca me faltou comida... Nunca me faltou trabalho também...Trabalho infantil? Talvez... Mas fui uma criança feliz!!
És bela Linda por fora e por dentro Tens pétalas de veludo Côr quente e luminosa És fonte de alento De vidas que alimentas Motivo de admiração Orgulho do meu jardim Há quem te queira colher Num acto de havareza Para sua jarra enfeitar E seus olhos encher De tamanha beleza És harmoniosa Danças a valsa com o vento Cintilas como uma estrela Adormecendo ao luar O sol brinda-te ao amanhecer Olhares consegues cativar Sorrisos fáceis desprender Bastando apenas a certeza Da tua presença os emoldurar És a eleita A melhor que se possa ter A mais linda que já vi Que os meus olhos te vejam sempre Dentro do meu jardim Pois tu és A minha querida ROSA
A noite chega de mansinho E os olhares voltam-se pra ela A lua já espreita lá de cima Oferecendo inspiração ao poeta Pode ser um corpo nú... de mulher Um jardim de flores matizadas Uma praia em final de tarde Um amor que terminou Uma qualquer rua deserta Um encontro de amantes Um olhar perdido algures Uma mulher... que não foi sua Ou até uma ave... que voou O que a imaginação quiser E assim nasce o poema Feito de rimas cruzadas Pela mão do poeta Que abusou da lua Na cumplicidade da noite ... e sua obra criou!
Com quantas palavras se escreve a felicidade? Quantas vírgulas, pontos finais e reticencias, serão precisos? Quantos parágrafos? Pois é... Não se sabe ao certo! Cada um tem uma felicidade diferente da dos outros. Aquilo que para uns chega, para outros é muito pouco! Há quem escreva a sua felicidade com milhares de palavras, centenas de vírgulas e pontos finais e algumas dezenas de reticencias. A sua felicidade, por ser tão grande, ocupa-lhes imenso tempo a descrever, têm muitas coisas... não se podem esquecer de nada... A minha felicidade, não precisa de muitas palavras, vírgulas, pontos finais e reticencias. Também não me ocupa muito tempo a descrever, resume-se em muito pouco. Saúde... Paz... Um pouco de amor... E tempo para a poder disfrutar!
Ideias que afloram Papel em branco Caneta a postos Palavras que jorram Com pressa de chegar Contam-se histórias Fabricam-se poemas Com frases a rimar No fim... Imperfeição Insatisfação No fim...nada! Folha amarrotada!!
Prazeres proibidos... Sonhados Desejados Suplicados Atendidos Em alcova de luxúria Bocas esfomeadas Mãos aventureiras Palavras ousadas Corpos ondulantes Provam-se néctares De fina colheita Derramados a rigor Em pedaço de pecado Que língua sedenta Não cansa de sorver gota a gota... se deleita Em prazer estonteante Num cocktail de fulgor Secretamente apaziguado
Hoje é para ti que escrevo... Deste-me a vida Ensinaste-me a falar Mataste-me a fome Fizeste-me rir E também chorar... Guiaste-me no caminho Desviaste-me dos buracos Avisaste-me das armadilhas Aconselhaste-me nas incertezas Amparaste-me nas quedas E nas outras... Ajudaste-me a levantar Deste-me guarida Preocupaste-te comigo Abeiraste-te da minha cama Perguntaste-me se estava melhor... Partiste naquela noite Levando-me contigo... eu sei! Nunca to disse Mas amava-te muito Ao meu jeito calado Acompanhas-me sempre Para onde quer que eu vá Vejo-te muitas vezes Ouço-te outras tantas Mesmo não te abraçando Continuas ao meu lado Ou não fosses tu O meu querido pai!
Ao longo da vida, vamos conhecendo pessoas novas, cada uma com a sua história e o seu modo de estar na vida. As suas variadas maneiras de lidarem com as situações que se lhes deparam e com quem os rodeia. Algumas, que até parecem ser extraordinárias, com as suas conversas agradáveis, os seus sorrisos e o seu modo envolvente, com o passar do tempo vão-se revelando e, por vezes, chega-se á conclusão de que afinal tudo não passava de fogo de vista. Tudo aquilo que se tinha formado em torno dessa pessoa, não era mais do que uma mácara que ela usava, fosse para impressionar, ou simplesmente para se defender de algo... talvez até de si própria! Não existem pessoas perfeitas, mas também não era preciso tanto cinismo, até porque, mais cedo ou mais tarde, a verdade acaba sempre por se revelar. O tempo... esse é o maior aliado da verdade!
Ali! Onde acaba a realidade e começa a fantasia, encontro-me contigo, estendo-te a minha mão e juntos passeamos. Falamos de tudo... e de nada, do que já vivemos... Das coisas simples que nos enchem de alegria, do que queremos... do que não queremos... Sentamo-nos... a contar as estrelas... Sob o olhar atento da lua, que vela por nós e nos ilumina o caminho. Na profundidade de um olhar teu, adivinho um desejo mútuo... ...de um abraço... ...de um beijo... Absortos de tudo e de todos, nada mais existe... Apenas nós... as estrelas... a lua... e... o momento...!
Este blog é apenas uma cópia do seu original, que mora num outro espaço virtual sob o nome de ECOS. Senti necessidade de criar este clone, por lhe ter um carinho muito especial, pois foi com ele e por ele, que experimentei o gosto pela escrita... e por não o sentir seguro no servidor em que se encontra alojado. No fundo, apenas porque não o queria perder... Este blog não permite comentários... acaso me queiram dizer algo, podem fazê-lo por email medusalinda@gmail.com