Lembranças guardadas nas prateleiras da memória e aqui revividas em forma de ecos
28/05/2007

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Tentei pesar o que sinto por ti,
mas cheguei à conclusão que os sentimentos não se pesam.

Tentei então medir,
mas os sentimentos também não se medem.

E, na incapacidade de quantificar o quanto gosto de ti,
limito-me a dizer que gosto muito, sem peso nem medida,
porque afinal os sentimentos não se medem nem se pesam...

Sentem-se!

(o rapaz que pensava que o mundo era redondo)
Medusa

27/05/2007

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Se algum dia,
a recordação de mim
te fizer acender uma luz e,
Aqui voltares
E não me vires... sentada em espera,
... é porque parti!
Cansei-me de esperar, ou simplesmente não consegui superar a dor, esta Dor maior!
De ver o dia... nascer!
Nascer ... sem o teu Amor ...
E o anoitecer... voltar!
E, de novo não te abraçar!
Sem um único sinal... de ti! Resisto ... Resiterei sempre e se parti,
foi porque de mim própria me ausentei ...

E tanto que eu esperei!...

Se algum dia,
a tarde se colar
num abraço com a noite e
de mim te lembrares,
sentires que te envolvo,
E não me vires...
... é porque parti!
Mas que a minha Alma,
essa ficou em ti ...
Os meus sonhos... rasguei!
Amordaçei o grito ...
A minha ansiedade... controlei!
Suplantei neste querer aflito
A tua imagem... expulsei!... de mim!
(que escrevendo ... tento ... mas não consigo.)

Pouco restou, contudo ...
um sorriso, um toque de criança ...
Apenas uma vaga lembrança
Que teimou em ficar!
Em, na ausência, perdurar!
Essa...
... também quis apagar...
... não consegui!
Porque, meu Amor, tu habitas permanentemente ... em Mim!

Mas... mesmo assim...
... eu parti!!
Apenas fisicamente ...
A Alma, sente, está em Ti!


(poema escrito a quatro mãos... por mim [enquanto Cleo] e pela minha amiga Mel de Carvalho)
Medusa

24/05/2007

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Houve em tempos idos
Um tempo
Em que a menina
Agora mulher
No seu castelo
De muralhas altas
Com jardins de rosas bravas
E campos verdes
Se encontrava presa...
Não... não era princesa
Era uma simples menina
Filha de um marceneiro
E de uma pobre camponesa
Que cultivava a terra
Lançando-lhe as sementes
Do milho
Do trigo
Da batata
Da cevada
Eram pesadas enxadas
Que na terra se enterravam
E a menina de corpo franzino
Com elas trabalhava
Esgotando até ao limite
Toda a força que lhe restava
À escola também foi
Mas na volta da chegada
Os recados a esperavam
E os livros
Para trás ficavam...
Houve em tempos idos
Um tempo
Que na memória guardou
E ninguém sabe o quanto
Esse tempo a marcou...
Medusa

20/05/2007

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A outra face da loucura
Nem sempre se adivinha
Há coisas... que só de pensar...
Se algum dia a recordação de mim
Te fizer alguma companhia
Não te iludas...
São apenas palavras… nas trevas…
Onde um estranho amor
Não passou de uma fantasia
Emprestei-te o meu corpo
E nele te perdeste em delírio
Onde eu fui... até rainha...
No meu trono real
E tu... o meu escravo serviçal
Depois...
Depois vieram os silêncios
As palavras que não havia
O abismo que nos separou!
E tu... de cara pintada
Até sorrias... e encantavas...
E outras vítimas se prenderam
Na tua teia de sedução obscura
E fingias o ser que não eras
Nunca foste...
E nunca serás!
Mas és poderoso
Na tua eterna loucura


Cleo 
Medusa

17/05/2007

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Eu também esperei um dia...
Um mês... uma estação...
Um ano... dois... três... quatro...
Porque também acreditava!
Tudo o que podíamos viver...
... estava à espera!
E ouví que também gostavam de mim
Hoje também sei que não!
Por mais que todos digam que sim...
Só eu amei com a entrega da espera...
O lado bom
Muito bom
... é que passou e eu aprendi
Aprendi uma enorme lição
Aprendi para a vida!!!
Medusa

14/05/2007

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Há dias que sinto um cansaço …
Sinto-me cansada de mim …
Sinto cansaço de me arranjar... de sair!
Não me rende o que faço...
E o que faço... faço-o por fazer...
Sem prazer...
Aconchego-me no meu ninho
Quero paz... sossego...
Ficar calada... não ouvir...
Não ver... não sentir!
Medusa

07/05/2007

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Porquê?
Porque me fazes sentir como se tivesse culpa?
Uma culpa de algo que não consigo explicar… quanto mais controlar?!
Não
Não me faças isto!
No passado fui injustiçada
Fui massacrada
Lidei com a ignorância
E tornei-me fraca…
Fui despida até do meu próprio EU…
Caí… e ali permaneci imóvel
Durante tanto tempo!...
Até ao dia em que me consegui reerguer de novo
E olhar de novo para o sol… e sorrir de novo à vida!
Vivi algum tempo adormecida na ilusão
É certo…
Mas fui rainha num reino de fantasia
Mesmo sabendo que não passaria dali…
Mas fui lembrada em certos momentos
Fui amada… numa estranha forma de amar
Que só alguns percebem...
Mais uma vez caí… mais uma vez me ergui!
E segui o meu caminho afastando-me das pedras
Deixando de lado o Amor…
E serenamente, sem ter de dar contas a ninguém
Sem ter de responder a questionários complicados
Mesmo sabendo que no outro lado da cama… não havia ninguém!
Sobrevivi e em paz me reencontrei com o Eu há muito perdido…
Até tu me teres encontrado
E me teres voltado a confrontar com o gume daquela espada
A espada da condenação… da desconfiança e do massacre psicológico
Para a qual já não tenho forças…
Afinal a vida é tão curta...
Prefiro seguir o resto do meu caminho
… só!
Medusa

06/05/2007

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«...Qual é a sua ocupação? Perguntaram-me, para preencher uns formulários.Não sei o que me fez dizer isto; as palavras simplesmente sairam: «Sou doutorada em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas.»

A funcionária fez uma pausa e olhou-me como quem diz que não ouviu bem...Eu repeti e reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.

Posso perguntar, disse-me ela com interesse, «o que faz exactamente?» Calmamente, ouvi-me responder: «Desenvolvo um programa a longo prazo, em laboratório e no terreno. Sou responsável por uma equipa e já recebi quatro projectos. Trabalho em regime de dedicação exclusiva e o grau de exigência é em nível de 14 horas por dia (para não dizer 24 ).

Quando cheguei a casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipa: - uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Do andar de cima, pude ouvir o meu mais recente projecto (um bebé de seis meses) a testar uma nova tonalidade de voz.

Senti-me triunfante. Maternidade... que carreira gloriosa!»
Medusa

05/05/2007

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Voa...
Mente solta
em alma viva!
Sonhos imensos
em olhos serenos!
A melodia?
É azul, como céu de mais um dia...

(Magia)
Medusa