«...Qual é a sua ocupação? Perguntaram-me, para preencher uns formulários.Não sei o que me fez dizer isto; as palavras simplesmente sairam: «Sou doutorada em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas.»
A funcionária fez uma pausa e olhou-me como quem diz que não ouviu bem...Eu repeti e reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.
Posso perguntar, disse-me ela com interesse, «o que faz exactamente?» Calmamente, ouvi-me responder: «Desenvolvo um programa a longo prazo, em laboratório e no terreno. Sou responsável por uma equipa e já recebi quatro projectos. Trabalho em regime de dedicação exclusiva e o grau de exigência é em nível de 14 horas por dia (para não dizer 24 ).
Quando cheguei a casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipa: - uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Do andar de cima, pude ouvir o meu mais recente projecto (um bebé de seis meses) a testar uma nova tonalidade de voz.
Senti-me triunfante. Maternidade... que carreira gloriosa!»
Medusa