Lembranças guardadas nas prateleiras da memória e aqui revividas em forma de ecos
29/04/2006

Ciúme


Ele chega
De mansinho
Pé ante pé
Sem fazer barulho
Primeiro olha
Em redor
Devagarinho
Procura algo
Um gesto
Uma frase
Um murmuro
Ou até
Um silêncio
Uma ausência
Desesperado
Cego de razão
Fixa o alvo
E aguarda...
Quietinho
O momento certo
Qual fera
Esfomeada
Vigiando a presa
De longe
E paciente
Espera...
Mais cedo
Ou
Mais tarde
O inevitável...
Lançado é
O arpão
Do ciúme
Medusa

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