Menina ingénua
Cresceu ao ar livre
Em campos verdes
Onde o sol e o vento
Lhe faziam companhia
Longe da selva
Não se habituou
A lidar com os bichos matreiros
E cruéis que a habitavam
Pensava que todos eram como ela
Que na sua simplicidade
Fazia tudo sem intenção
Só depois reparava
Que afinal os bichos
Não tinham contemplações
Mesmo assim
A cada vez que tropeçava
Dizia para os seus botões
"Não... desta vez tudo será diferente...!!"
Quanta ingenuidade...
Mesmo hoje
Ao fim de tantas escorregadelas
E algumas quedas
Se deixa iludir
Ao pensar que é importante
E que a sua presença
Provoca felicidade em alguém
Que tonta... mais uma queda!
Levanta-se
Sacode a poeira
E prossegue o seu caminho
Ainda tem esperança
Agarrar a mão de alguém
Que tropeçou também
E... sentir o seu calor...
... o seu aperto...
No apoio mútuo
Uma certeza
Não voltarão a cair!
Medusa
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