Lembranças guardadas nas prateleiras da memória e aqui revividas em forma de ecos
30/08/2006

Rio Alva...


Neste rio
Perdido no meio da serra
Lembro as tardes de Primavera
Daquele tempo já longínquo

Neste rio
Passagem obrigatória
Desde que tenho memória
Havia sempre alguém que dizia...
Anda... vamos ao rio!

Neste rio
A beleza das suas margens
Riqueza destas paragens
São realmente belas imagens

Neste rio
Que alguém um dia baptiza
Com nome de alvorada
Da branca luz do dia
De seu nome... Alva!
Medusa

27/08/2006

Por vezes somos surpreendidos...


Por vezes
Somos surpreendidos...

Aqueles
Que admiramos

Aqueles
A quem recorremos
Quando precisamos

Aqueles
Que nos procuram
E p'ra quem sempre estamos

Aqueles
Com quem tantas vezes
Nos abrimos
E desabafamos

Aqueles
Em quem confiamos

Aqueles
Por quem alteramos planos

Aqueles
Que recebemos em casa
E com eles festejamos

Aqueles
Que nos sorriem
E em quem acreditamos

Aqueles
Que julgamos amigos

Aqueles
Que jamais ousamos
Desconfiar...
... e com quem nos decepcionamos!

Por vezes
Somos surpreendidos...
Medusa

25/08/2006

(In)felicidade invisível...


Conheci-te ainda menina
Menina quase mulher
Mas... menina!

A vontade e o querer
A pressa de chegar
A menina feita mulher

Era urgente chegar
Para depois poder partir
Ali... a todo o lugar!

Tinhas de ser feliz
Fosse como fosse
Mas a sorte não o quis...

E a menina feita mulher
Tinha pressa de o ser
De o ter e não perder

Anos loucos que viveste
Na ansia da felicidade
No caminho... o que sofreste!

E agora...
Que finalmente encontraste
O caminho certo do amor
Agora...
Vives um filme de terror!

Mas olha...
Amanhã é um novo dia
E o sol irá brilhar
Quero-te ver a sorrir
Quando te for visitar


(dedicado a uma amiga,de quem gosto muito, e que se encontra bastante doente)
Medusa

22/08/2006

Hoje... estou assim...


Hoje
Queria estar contigo
Abraçar-te com ternura
Fazer-te um carinho

Hoje
A noite é mais escura
O silêncio está comigo
E a saudade perdura

Hoje
Queria o teu sorriso
A minha mão na tua
Um pouco de miminho

Hoje
Abri a porta á tortura
Juro e não minto
Talvez seja loucura

Hoje
Apenas sei o que sinto
Saber-te ausente
E a procura continuo
Dentro da minha mente

Hoje
Estou assim...
Medusa

18/08/2006

Memórias do tempo e do vento...


Memórias
Do tempo
Que passa
Escritas
Nos ecos
Do vento
Que passa

Memórias
Do tempo
Que volta
Renascidas
Nas folhas
Amarelecidas
P'lo tempo
Que passa

Memórias
Do tempo
Perdido
Algures
No infinito
P'lo vento
Que passa

Memórias
Do tempo
Que fica
Gravado
Nas folhas
Soltas
Espalhadas
P'lo vento
Que passa

Memórias
Do tempo
Que vem
Depois
Do tempo
Que passa
Medusa

16/08/2006

Na quietude das águas...


Na quietude dessas águas...
Permaneces em silêncio...
Encontras-te com as mágoas...
Que te avisam da imensidão...
E...
... da lonjura do tempo...
Saboreias o momento...
Que imaginas na perfeição!!
Medusa

13/08/2006

No teu olhar...


No teu olhar
Vejo
O céu e o mar...
Vejo
As estrelas brilhar
Numa noite de luar
E a esperança por encontrar

No teu olhar
Vejo
A terra a queimar...
Vejo
Um barco a naufragar
E a guerra por acabar

No teu olhar
Vejo
A tristeza a habitar...
Vejo
A pobreza a torturar
E a sorte sem voltar

No teu olhar
Vejo
Um imenso mar...
Vejo
Lágrimas a rolar
Pela face... sem parar

No teu olhar
Vejo
A beleza e a tristeza...
... juntas a rezar
No mesmo altar

No teu olhar
Vejo
A pobreza e a riqueza...
... longe de se encontrar
No mesmo acordar

No teu olhar...
Medusa

07/08/2006

Águas frias e cristalinas...


Águas
Que brotam da terra
Selvagem...
Águas
Frias e cristalinas
Sangue da serra
Selvagem...
Águas
Que correm livres
Pela escarpa agreste
Selvagem...
Águas
Correntes divinas
Desde o seu algar
Até ao leito do rio
Selvagem...
Águas
Frias e cristalinas
Daquela minha terra
Selvagem...
Medusa

04/08/2006

Ausências...


De volta
Ao lugar
Onde cresci
Encontrei
Apenas retalhos
Daquilo que não vi
De volta
Ao lugar
Onde tanto corri
Encontrei
Apenas silvados
Cobrindo
A terra seca
Do verde
Que ali eu já não vi
De volta
Ao lugar
Onde inocente sorri
Encontrei
Apenas orvalhos
Refrescando
Os campos outrora regados
E que agora não vi ali
De volta
Ao lugar
Onde sempre te vi
Encontrei
Apenas o assento
Vazio... de ti!
De volta
Ao lugar
Onde amanheci
Encontrei
Apenas telhados
Vazios
Das gentes
Que já ali não vi
E...
... entristeci!!...
Medusa